domingo, 11 de setembro de 2011

Bienal: Onze Tomos de Uma Grande Saga

Por Gabriel Guimarães
 

Parte do estande da editora
Leya, dedicado ao selo
 de quadrinhos, Barba Negra

E mais uma edição da Bienal do Rio de Janeiro chega ao fim. Após 11 dias de atividade intensa nos três pavilhões do Rio Centro, a feira literária que atraiu centenas de milhares de brasileiros, tanto cariocas, quanto visitantes de outros estados e países, confirmou seu significado cultural e permitiu um aumento na procura do público por material de leitura assombroso. Uma vez que o dia-a-dia do evtno foi bastante marcado pela presença ilustre de diversos autores renomados e excelentes discussões sobre o papel dos livros na vida das pessoas, o dia de encerramento não foi diferente.

Desde a manhã contando com a presença de grandes quadrinistas como Rafael Sicca, Tiago Lacerda, Lourenço Mutarelli, Rafael Coutinho, André Dahmer e do editor Lobo, da editora Barba Negra, que participaram de uma mesa de debate sobre o cruzamento de linguagens nas histórias em quadrinhos, a Bienal teve um dia bastante animado, agregando o público inesperadamente abaixo das expectativas para o derradeiro dia.

Parte dp estande da Ediouro ficou
dedicada ao grupo da Luluzinha,
tanto a versão clássica quanto a jovem
Uma vez que ao final do fechamento dos portões, o evento teria fim, muitos estandes de editoras e livrarias decidiram oferecer descontos consideráveis a quem procurasse seus produtos, dentre os quais, os destaques ficam para a Cosac Naify, com 40% de desconto, e o Grupo Editorial Ediouro, a 50% do custo. Dentre os outros pontos positivos do dia, ficam o estande da editora Melhoramento, com um material que unia de forma interessante a linguagem dos quadrinhos com o texto corrido tradicional da literatura, nos livros da série "O Clube da Faixa Preta", e a plataforma especial montada pela Fundação Biblioteca Nacional, que possuía no seu interior dispositivos de leitura a partir da leitura de movimento do leitor em larga escala, algo que animou muito os que estavam presentes nele.

No dia que marcou uma década do acontecimento que mudou o rumo das sociedades ao redor do mundo inteiro, o evento também não passou despercebido, com edições memoriais dispostas nos estandes, como "À Sombra das Torres Ausentes", de Art Spiegelman, e os dois volumes importados de "11-9", publicado com histórias variadas de artistas americanos remetendo o acidente com as torres gêmeas, o qual custou a vida de quase 3 mil pessoas honradas e cuja memória merece ser lembrada.

Para o restante do dia, também houve bastante atividade nos estandes visitados pelo padrinho dos quadrinhos brasileiros, Maurício de Sousa, com seu fiel escudeiro e gande amigo, Sidney Gusman, e excelentes ofertas nos estandes das já elogiadas Comix, Devir e Panini, que permaneceram completamente lotadas e tiveram um alto rendimento em número de vendas, dentre os quais, o aumento de 50% da primeira, em relação à edição da Bienal de 2009.

Para concluir, toda a Bienal foi algo que não apenas passará, mas permanecerá para sempre na lembrança dos que verdadeiramente se permitiram viver as experiências lá disponibilizadas. Foi um grande encontro, mais do que uma feira comercial, um ambiente de amizade, mais do que um centro de negócios. Os estandes podem estar começando a ser desmontados neste instante, mas isso é apenas momentâneo. Em breve, haverá mais, pois sempre há um amanhã, que é construído com o suor, as lágrimas e os sorrisos que damos hoje. A vida continua, mas são esses momentos que a transformam em algo mais do que apenas uma série de acontecimentos, mas sim um lar de memórias.

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