segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Um Castelinho Para Tezuka

Por Gabriel Guimarães


Foi inaugurada, em 17 de dezembro de 2013, a exposição "Tezuka, o Rei do Mangá", no Centro Cultural Municipal Oduvaldo Vianna Filho, mais popularmente conhecido como o Castelinho, entre os bairros do Flamengo e do Largo do Machado, no Rio de Janeiro. Contando um pouco do processo artístico do animador e quadrinista japonês Osamu Tezuka, responsável por revolucionar a narrativa gráfica tanto no seu formato impresso como na sua composição audiovisual, a exposição traz para o público brasileiro um pouco dos conceitos que o autor trazia de mais importantes em sua formação enquanto artista profissional.

Tezuka desenhado junto de seus carismáticos personagens
Tendo sido o criador de muitas das grandes obras que se tornariam clássicas do estilo mangá, o trabalho de Tezuka criou os alicerces no qual quase toda a produção posterior de histórias em quadrinhos se baseou nas décadas seguintes no Japão, apresentando boa dinâmica gráfica, estudos detalhados de texturização e tramas com personagens profundamente humanos, ainda que muitos fossem máquinas, como é o caso de seu jovem Astroboy e de Michi, protagonista de sua história de ficção científica "Metrópolis". Dedicando-se a aproximar o leitor das histórias que apresentava, Tezuka trabalhou temas como preconceito, dependência tecnológica, responsabilidade e identidade com grande propriedade, tornando-se um pioneiro na abordagem de alguns desses temas.


Trecho de uma das entrevistas disponíveis
A exposição, que vai até o final de março, apresenta ainda uma série de curtas experimentais produzidos por Tezuka no terceiro andar do prédio e, também, duas entrevistas dadas pelo autor acerca de sua carreira na animação japonesa. Dispondo de tempo para assistir todos, o visitante sai de lá com uma boa perspectiva dos elementos mais importantes para o grande quadrinista japonês e ainda tem a oportunidade de conhecer um pouco mais de sua história de vida e de seu papel para todo a indústria de animação japonesa, em franca expansão há décadas.


A entrada do evento é gratuita e ele está aberto à visitação de terça a domingo, das 10 às 18 horas. O programa, ainda que mais focado na veia de animação de Tezuka, é um evento bastante interessante e recomendado também para os fãs da arte sequencial, para que possam conhecer um pouco mais de um dos grandes mestres desse meio, que faleceu em 1989, mas cujo trabalho continua pertinente e em voga até os dias de hoje.


quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Vida de Passarinho


Por Gabriel Guimarães




Foi realizado na noite desta quarta-feira, na Livraria da Travessa de Ipanema, o lançamento do terceiro volume das coletâneas de tirinhas dos personagens criados pelo autor capixaba Estevão Ribeiro. Com o título "Vida de Escritor" e um design similar ao do primeiro volume da publicação, os personagens Hector a Afonso tornam a protagonizar tirinhas com bom humor, dessa vez em histórias acerca do universo dos escritores e algumas das situações peculiares pelas quais muitos deles passam em alguns momentos ao longo de suas carreiras.


Atraindo a atenção de uma grande quantidade de pessoas que estavam na Livraria, que formaram uma considerável fila para conseguir o autógrafo de Estevão, além de reunir outros autores de quadrinhos e da literatura fantasiosa brasileira, como Carlos Ruas, Gerson Lodi-Ribeiro e Luiz Felipe Vasquez, que estiveram presentes para prestigiar o autor, o evento foi de grande sucesso. Contando ainda com a presença do editor responsável pela publicação, o paulista Guilherme Kroll (a quem já entrevistamos aqui no blog), da Balão Editorial, que recebeu a todos com bastante ânimo e entusiasmo, o lançamento proporcionou momentos extremamente agradáveis e conversas muito interessantes, dentre as quais vale destacar a origem do formato particular do primeiro e terceiro volumes das coletâneas dos "Passarinhos". Inicialmente pensado como uma forma de viabilizar a impressão do material nas máquinas de larga escala que eram utilizadas para imprimir em papel de nota fiscal, o formato acabou servindo para permitir uma economia maior nas gráficas habituadas à impressão em folha A4, vindo, apenas por final, a representar um objeto de estética atraente e fortemente convidativa para os leitores.

Uma vez que o custo com a publicação do seu material foi reduzido, Estevão permitiu à editora lançar o conteúdo de seus personagens a um preço mais acessível, atraindo, por conseguinte, uma maior gama e volume de leitores ao redor do país. A editora Balão Editorial ficou tão feliz com a receptividade da publicação, que, em breve, pretende relançar o segundo volume das coletâneas (cujo lançamento foi também coberto aqui no blog) no formato de livro-tira, segundo o próprio Estevão.

A vitrine da Livraria ganhou uma área temática especial para o evento
A noite fluiu de forma tranquila e o público da livraria foi ficando cada vez mais centralizado em torno do lançamento de Estevão, que pode receber todo o carinho dos leitores, que chegavam a trazer outras de suas publicações para conseguir sua assinatura. Todos os que estiveram presentes puderam sair satisfeitos com a nova obra adquirida e realizados com os encontros e conversas tidas.